Lula altera tom e não quer se envolver no conflito entre Rússia e Ucrânia: “Minha guerra é contra a fome!”

Lula-2

Em pronunciamento recente, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou uma nova postura ao afirmar: “O Brasil tem a chance que jamais teve. O fato de ter ficado exilado do mundo durante esses últimos seis anos deu ao mundo uma sede e uma necessidade do Brasil, e nós precisamos tirar proveito, porque o Brasil não tem contencioso com ninguém. O Brasil gosta de todo mundo e todo mundo gosta do Brasil. É por isso que eu não quero me meter na questão da guerra da Ucrânia e da Rússia. A minha guerra é aqui, contra a fome, o desemprego e a pobreza. Por que vou me preocupar com a briga dos outros? Vou me preocupar com a minha briga”.

Durante sua visita ao Vaticano no final de junho, Lula discutiu o conflito no Leste Europeu com o papa Francisco, afirmando: “A primeira coisa a fazer é convencê-los a parar a guerra e sentar para conversar, até que a gente encontre um denominador comum. Foi assim que o mundo se resolveu na Segunda Guerra Mundial, foi assim que se construiu a União Europeia. Um acordo de paz não é uma rendição. Os dois envolvidos têm que ganhar alguma coisa. Se você tem uma proposta que um tem que ceder 100%, não é acordo. É uma rendição, uma imposição. São os ucranianos e os russos que precisam decidir”.

Lula também expressou sua frustração com o cancelamento de um encontro previsto com o presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, durante uma reunião do G7 no Japão: “Os meus diplomatas estão aqui, marcaram agenda com Zelensky às 15h15, mas recebemos o recado de que ele estava atrasado. Recebi o presidente do Vietnã, e o Zelensky não veio. Se teve problema mais sério, encontro mais importante, não sei. Estava marcado, mas ele não falou comigo, não falei com ele. Fiquei chateado porque gostaria de encontrar com ele para discutir o assunto, mas ele é maior de idade, sabe o que faz”.

Lula, que também recebeu o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, em abril, afirmou: “O Ocidente não quer parar a guerra, porque, enquanto houver guerra, não há espaço para a Rússia e nem para a China. Enquanto houver conflito, há a possibilidade de fortalecimento do medo da guerra. E acho que é esse medo que está dominando as pessoas”.

Após as controvérsias geradas por suas declarações, Lula reafirmou seu compromisso com a paz na região e se colocou à disposição para buscar uma solução através do diálogo entre as partes envolvidas.

Além disso, o ex-presidente brasileiro ressaltou a importância de uma abordagem diplomática para resolver o conflito, enfatizando que uma solução pacífica só poderá ser alcançada por meio de negociações diretas entre o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, e o presidente russo, Vladimir Putin. Lula destacou que ambos os líderes precisam encontrar um denominador comum e buscar um acordo no qual ambas as partes possam obter benefícios, rejeitando qualquer proposta que imponha uma rendição ou imposição unilateral.

No entanto, as declarações de Lula despertaram reações divergentes. O governo dos Estados Unidos acusou o Brasil de estar propagando a propaganda russa e chinesa sem considerar os fatos, enquanto Lula reiterou seu desejo de promover uma iniciativa de paz na região.

O porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, criticou Lula por colocar “a vítima e o agressor no mesmo nível” e por atacar os aliados da Ucrânia que a ajudam a “proteger-se de uma agressão assassina”. Em resposta, o governo ucraniano convidou Lula a visitar Kiev para que ele possa compreender melhor a realidade da agressão russa.

Apesar das controvérsias geradas por suas declarações, Lula demonstrou disposição em promover o diálogo e buscar uma solução pacífica para o conflito. O ex-presidente já havia estabelecido contato telefônico tanto com Zelensky quanto com Putin, colocando-se à disposição para auxiliar na busca por uma resolução diplomática.

A posição adotada por Lula marca uma mudança significativa em relação ao seu envolvimento anterior na questão, quando ele expressou preocupação com a situação na Ucrânia e se envolveu em esforços para promover uma mediação internacional da guerra.

Enquanto a comunidade internacional busca uma solução para o conflito entre Rússia e Ucrânia, Lula reafirma seu compromisso com a luta contra a fome, o desemprego e a pobreza no Brasil, ressaltando a importância de concentrar esforços internos em prol do bem-estar da população brasileira.